R. Américo Macedo, 348, Gutierrez

Belo Horizonte, MG

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Sambas, boleros e tangos, sem falar nas tradicionais serestas e modinhas, ditavam o ritmo do Barroca nos anos  70 e 80. Nomes de destaque do rádio mineiro, conjuntos musicais, seresteiros de todos os cantos e até mesmo cantores consagrados estiveram no Barroca. A famosa “Noite da Seresta” estreou no Clube em setembro de 1973, sempre com casa cheia.
 
Durante 11 anos, o agito acontecia no Scotch-Bar e sala de estar (hoje, restaurante Vesperata e salão social), nas noites de sexta-feira. Quem cuidava do som era Waldir Silva, o “cavaquinho de ouro”, e sua turma composta por músicos ex-integrantes da extinta orquestra da Rádio Inconfidência. Logo após as melodias românticas, o samba entrava em cena varando a madrugada, agitando os associados até o sol raiar.

Sob a coordenação de Trajano Raul Ladeira de Lima, Diretor Social do Clube na época, a seresta era um dos acontecimentos mais importantes da cidade. Músico nas horas vagas, Dr. Traul, como é conhecido até hoje, era responsável por todos os eventos que aconteciam no Barroca. Carnaval, baile dos namorados, baile de debutantes, festa junina foram alguns dos grandes eventos que ele promoveu.

Além da organização, Traul também fazia as apresentações das atividades. Dono de uma bela voz, o dentista de profissão sentia que faltava um programa para os adultos, já que todas as atividades eram destinadas aos mais novos. Para preencher este espaço, ele criou a “Noite da Seresta”.

O sucesso não era para menos. Monstros sagrados da música popular brasileira estiveram na seresta do Barroca. Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Gregório Barros e muitos outros cantaram e encantaram os apaixonados pela boa música. Apesar dos grandes nomes e da qualidade das apresentações, o Barroca não cobrava convites e tanto sócios como não sócios podiam comparecer.

Nos aniversários da seresta, um convidado tinha cadeira cativa: Orlando Silva, “o cantor das multidões”, considerada a voz mais bonita do Brasil, era patrono da seresta do Barroca e comandava a festa. Grande amigo de Traul, Orlando, que era padrinho de um dos seus filhos, chegou a cancelar um show em Porto Alegre (RS) para vir ao Barroca. A amizade era tanta que o famoso cantor não cobrava cachê para se apresentar no Clube.

A “Noite da Seresta” teve suas últimas apresentações no ano de 1984 e deixou saudade em muita gente. Em homenagem a Orlando Silva foi construída uma placa comemorativa ao título de patrono da seresta do Barroca. A placa é mantida até hoje no restaurante Vesperata, antigo local das apresentações da seresta.